terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Correspondente do New York Times na China expulso do país


O repórter do New York Times (NYT) Chris Buckley foi forçado a sair da China depois das autoridades do país terem recusado o prolongamento do seu visto de jornalista para 2013. A decisão de Pequim surge depois da publicação, em Outubro do ano passado, de uma reportagem do NYT que denunciava o aumento da fortuna pessoal do Primeiro Ministro Wen Jiabao. Buckley era correspondente do NYT na China desde Setembro, depois de ter trabalhado no país para a Agência Reuters durante 12 anos.

 (Foto: Cancan Chu, Getty Images)
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) defende que a decisão do Governo Chinês "ameaça o bom funcionamento dos correspondentes estrangeiros" no país e acusou o executivo de Wen Jiabao de tentar "pressionar os órgãos de informação na China para se censurarem a si próprios e se inibirem de cobrir assuntos embaraçosos e sensíveis". A RSF instou ainda as autoridades chinesas a emitir um novo visto a Buckley para que este "possa continuar o seu trabalho sem medo da possibilidade de ser barrado da China".

A expulsão de Buckley do país surge apenas dois meses depois do Governo Chinês ter bloqueado o acesso aos sites do NYT no país em inglês e em chinês. A porta-voz do Times Eileen Murphy manifestou "esperança que o acesso ao jornalismo do NYT na China possa ser retomado brevemente", mas reafirmou a intenção do jornal de "aplicar os mesmos padrões jornalísticos" em todas as plataformas da publicação.

O caso de Buckley veio juntar-se, apenas um ano depois, ao da jornalista americana da Al Jazeera Melissa Chan, que tinha sido expulsa do país depois lhe ser negada a extensão do visto de jornalista sem que Pequim tenha justificado a decisão.

Hugo Dinis e João Paulo Teixeira.

Jornalista Norte-Americano raptado na Síria


O jornalista freelancer Norte-Americano James Foley foi raptado no Norte da Síria quando estava à cobrir a guerra civil neste país para a Agência France Presse (AFP) e para o GlobalPost, em finais de Novembro, revelou ontem a família.

James Foley tem 39 anos e é um repórter de guerra experiente. Até  noite anterior do seu desaparecimento, forneceu à AFP e ao GlobalPost material gravado na província de Idlib, na Síria. O rapto aconteceu no dia 22 de novembro e segundo alguns relatos apurados pela AFP, Foley terá sido raptado junto da cidade de Taftanaz por quatro homens armados que poucos quilómetros a frente libertaram o motorista e o intérprete que seguiam com o jornalista.

Foto postada em julho no blogue do jornalista:  http://www.freejamesfoley.org/

Outro jornalista acompanhava Foley e também está desaparecido. A família deste outro jornalista prefere não divulgar a sua identidade para já, na esperança de que isto possa facilitar sua libertação.

Não é a primeira vez que Foley se encontra desaparecido. Em 2011, passou 43 dias detido na Líbia pelo regime de Muamar Kadhafi. O seu rapto ainda não foi reivindicado até ao momento por nenhuma organização e pode ser responsabilidade de grupos criminosos, de islamitas radicais ou grupos vinculados ao governo.

João Paulo Teixeira

Número de mortes de jornalistas aumenta em 2012


Foto: A Bola
No ano de 2012, morreram 121 jornalistas, acima dos 107 registados no ano passado, de acordo com a Federação Internacional de Jornalistas.

A organização afirma que as mortes resultaram de «um fracasso sistemático de governos e da ONU em cumprir as suas obrigações internacionais de proteger e fazer respeitar o direito básico do jornalista à vida».

Síria e Somália foram os locais mais perigosos para a presença de jornalistas.

A Síria ficou no primeiro lugar, estimando-se que mais de 45 mil pessoas tenham morrido em quase dois anos de revolta contra o presidente Bashar al-Assad, com 35 jornalistas ou outros funcionários da área mortos, enquanto na Somália o número reduziu para 18. No México e no Paquistão houve 10 mortes, Iraque e Filipinas fecham a lista com 5.

A Federação, que representa mais de 600.000 jornalistas em 134 países, afirmou que «os jornalistas foram deliberadamente alvejados por causa do seu trabalho, com o objectivo de silenciá-los».

Fontes: A Bola, Reuters

João Carreira

Proposta de nova lei para regular imprensa britânica

O juiz responsável pelo inquérito realizado à imprensa no Reino Unido faz duras críticas às práticas seguidas pelos tablóides propondo a criação de uma entidade reguladora indepente para o sector.

Foto: Paul Hackett/Reuters
Esta proposta do juiz Leveson, apoiada numa nova lei de impressa, pretende evitar a repetição dos abusos que se têm tornado rotina em muitos tabíoides britânicos. O desrespeito dos jornais "provocou real sofrimento e, por vezes, grandes prejuízos nas vidas de pessoas inocentes cujos direitos e liberdades foram desdenhados", afirmou o magistrado, no resumo do relatório divulgado esta quinta-feira.

A advertência é feita ao primeiro-ministro, que terá agora de tomar um decisão entre desagradar os meios de comunicação social ou aqueles que sairam lesados pelos abusos dos media.

A apoiar esta proposta estão o actor Hugh Grant e Kate McCann, a mãe da menina desaparecida no Algarve. Kate afirma que o inquérito será uma oportunidade histórica para melhorar a qualidade dos media e dos jornalistas tratarem as pessoas nas notícias "com cuidado e consideração".

Caso David Cameron aceite um organismo independente, para aplicar sanções e averiguar denúncias à imprensa, esta será a primeira legislação sobre as liberdades de expressão desde o século XVII, revelou o Guardian.

Fábio Fernandes e João Pimenta

Os jornais da Europa querem cobrar ao Google


Google News
Jornais na Alemanha, França, Itália e Suíça e nos últimos dias, Portugal e Espanha querem fazer pagar Google para ligar ao seu conteúdo. Em meio a uma terrível crise no setor, agravada pela crise económica global, associações de mídia ficam os olhos no Google (e outros motores de busca) para ganhar algum dinheiro. Para as assocaições, o buscador faz negócios com as notícias, para o motor de busca, os editores logram leitores por causa das indexações do Google. Poderia ser obrigado a pagar ou fechar Google News na Europa.

Cofina na frente da corrida para a privatização da RTP


Paulo Fernandes, presidente do grupo cofina
A Cofina está na frente da corrida para a privatização de 49% da RTP com o apoio financeiro do grupo de capitais angolanos Newshold, cujas regras irão a Conselho de Ministros ainda este mês.

O grupo de Paulo Fernandes, que detém títulos como o Correio da Manhã, Record, Vogue, Jornal de Negócios e brevemente do novo canal, com lançamento para Março, o Correio da Manhã TV (CM TV) que terá conteúdos generalistas das variadas publicações do grupo. Paulo Fernandes indica que "há anos que a Cofina procura ter uma presença no mercado de televisão em Portugal” sendo a aposta na área da televisão, o CM TV.

O ministro-adjunto e dos assuntos parlamentares, Miguel Relvas, que tutela a RTP, tem em cima da mesa os três cenários possíveis e a sua decisão aponta para a privatização de 49% do grupo, mantendo toda a actual estrutura de canais de TV e rádio. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa na sua crónica dominical indicou que a privatização parcial vai permitir "controlo político".

 De acordo com o Público, os vários cenários apresentados pela equipa de consultores da RTP "ainda nada está decidido" e que as decisões “continuam em cima da mesa". A decisão surgirá " até ao final do ano", salientou o gabinete.

No entanto, o CDS-PP mostra-se contra a privatização da RTP porque considera que não é possível prestar serviço público de TV com apenas um canal, pelo que se devem manter dois com vocações diferenciadas. Paulo Portas e Pedro Passos Coelho contam encontrar-se brevemente para discutir argumentos e tentar uma solução de compromisso.

Sandra Maciel

A crise atinge o jornal El País


J. Luís Cebrián. Foto: El Mundo
O jornal espanhol despedirá até 30% de seus funcionários devido a menores receitas de publicidade, desde 2008, 57 de mídia fecharam em Espanha.

Newsweek deixa o papel


Exemplar de Newsweek. Foto Newsweek
A publicação vai se tornar totalmente digital, em 2013, depois de ser impressa 80 anos, a decisão veio por aumento do uso de tablets e anúncios impressos fracos.

Financial Times fecha na Alemanha


FTD e FR dois jornais fechados. Foto: dpa
O jornal informou que vai fechar sua edição impressa no país devido às perdas financeiras, Financial Times Deutschland teve uma circulação de cerca de 100 mil cópias.

Jornalistas presos em 2012 atinge valor recorde


Jornal Ilhota
Em 2012, o número de jornalistas presos a nível mundial atingiu um valor recorde, num total de 232 repórteres, de acordo com dados revelados  pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). No dia 1 de Dezembro deste ano, o CPJ registava mais 53 jornalistas presos do que em 2011, sendo este o valor mais elevado desde que a organização começou a realizar a contagem, há 22 anos. 

Os três países com maior número de jornalistas presos são a Turquia com 49 detidos, o Irão com 45 e a China com 32. O diretor executivo do CPJ, Joel Simon referiu que "Estamos a viver numa era em que as acusações de se ser contra o Estado e o rótulo de terrorista se tornaram nos meios preferidos dos governos para intimidar, deter e prender jornalistas", acrescento ainda que "criminalizar a cobertura de tópicos inconvenientes viola, não apenas a lei internacional, mas impede os direitos dos povos do mundo de reunirem, disseminarem e receberem informação independente".

Para combater este problema, Joel Simon defende que "temos de lutar contra governos que procuram cobrir as suas táticas repressivas com a bandeira do combate ao terrorismo. Devemos avançar com mudanças legislativas em países onde o jornalismo crítico está a ser criminalizado e defender todos aqueles que estão na prisão", sendo que "a Internet em si permanece uma plataforma aberta e global".

Tendo em conta que a Turquia é o país mais afectado por esta onda de detenções, o editor da televisão turca Kanal D, Mehmet Ali Birand, afirmou, citado pelo CPJ, que os estatutos legais naquele país "não distinguem entre jornalistas que fazem uso da liberdade de expressão e indivíduos que apoiam terrorismo", apelidando as leis anti-Estado de "uma doença nacional".  O relatório do Comité para a Protecção dos Jornalistas revelou ainda que, pela primeira vez desde 1996, nenhum jornalista da Birmânia se encontrava preso, enquanto Cuba foi o único país das Américas a regressar à lista.

Mauro Carvalho e Tiago Amado

Europeus dedicam mais horas na internet do que a leituras impressas


O Mediacope Europe, pesquisa divulgada pela Associação Europeia de Publicidade Interativa (EIAA), percorreu 15 países da Europa para melhor entender as facilidades e o uso da internet e revelou que, atualmente, os europeus estão usando, cada vez mais, a Internet móvel e se informando mais por esse meio de comunicação, do que por jornais e revista. Em média, as pessoas ficam conectadas cerca 6,4 horas por semana e, destinam somente 4,8 horas e 4,1 horas para a leitura de jornais e revistas, respectivamente. A pesquisa apontou ainda que os portugueses são os que mais seguem essa tendência.

As pessoas estão fazendo mais leituras na internet do que em jornais
Isso se deve também pelo aumento das possibilidades das conexões portáteis. Atualmente 121 milhões de europeus utilizam a internet de banda larga e, desses, 71 milhões se conectam a rede através do celular, pelo menos uma hora por dia a cada semana.

E mesmo em época de crise, os europeus continuaram a utilizar a internet sem fio. Segundo o estudo, os jovens são os principais responsáveis em alavancar o número desse tipo de acessos. A pesquisa apontou que 24% do crescimento da conexão wifi se deve à população com idade entre 16 e 24 anos e 21% é de responsabilidade da geração entre 25 e 34 anos.

Os jovens são os que mais acessam a internet móvel
A tendência é só aumentar o número de conexões. Portugal, juntamente com a Rússia, Turquia, Polônia são considerados os países com os mais rápidos crescimentos na utilização semanal da Internet (também chamado de “rising stars”), e as perspectiva para os próximos anos é que a quantidade de acessos não pare de subir. Para Portugal, por exemplo, a estimativa é que o ritmo de crescimento seja de mais de 11% a cada dois anos.

Com o avanço da modernidade e as facilidades oferecidas pelas tecnologias, os cidadãos vão, cada vez mais, ter acesso a aparelhos que os permitam procurar diversão, manter contatos com outras pessoas e, até mesmo, se informar, consequentemente, deixando velhos hábitos para traz e utilizando ainda menos os tradicionais jornais e revistas impressos.

Fontes: Estudo Mediascope Europe, Revista Ver, Netsonda

Flávia Pigozzi e Gabrieli Mello

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Artigo falso sobreviveu cinco anos na wikipédia


Só este ano se descobriu que um artigo escrito na Wikipédia era falso. Afinal Portugal não travou uma guerra com o império Marata, na zona central da índia, perto de Goa. O artigo foi escrito em 2007 por um utilizador da enciclopédia universal, que dizia que entre 1940 e 1941 “Portugal colonial entrou em confronto em Goa, numa guerra que ficou chamada conflito de Bicholim”.


Enciclopédia Universal
 
 
O historiador Luís Frederico Dias Antunes diz ao jornal Público que, “é preciso que exista documentação histórica que sustente a informação e para isso a Wikipédia não serve ” e que nunca tinha ouvido falar no conflito. Esta guerra fictícia permaneceu durante cinco anos na plataforma online, considerada pelos editores da enciclopédia um “bom artigo”.

O artigo está também disponível na versão inglesa com o título "Bicholim Conflict". O autor do texto explica que o conflito teria terminado com “um tratado de paz que ajudou a forjar Goa como um estado indiano independente.” Segundo o Diário de Notícias, o texto cita 17 referências, sugestões de leitura, mostra um mapa da Índia e ainda a fachada de uma igreja próximo da região de Goa.


A escrita rigorosa confere credibilidade ao artigo e o seu autor escreveu que “o conflito foi breve e o seu impacto em termos de vítimas e estragos foi pequeno. Talvez por isto, nunca atraiu a atenção de cineastas e investigadores".

A mentira foi descoberta por um utilizador de Missouri, nos Estados Unidos, apresentando-se como “ShelfSkewed”, que indicou que as fontes do artigo foram inventadas, noticiou o Correio da Manhã.
 
O Wikipedia é uma enciclopédia online gratuita, onde qualquer pessoa do mundo pode escrever e editar artigos.





Mariana Carvalho e Soraia Ribeiro

FMI sugere exames para dispensar funcionários públicos

Passos Coelho ainda não chegou a nenhuma conclusão
O FMI propõe o corte de 20% dos funcionários públicos como uma das sugestões. No documento que foi entregue ao Governo propõe formas de cortar 4000 milhões de euros na despesa do estado.

Se o Governo optar cortar na despesa com a dispensa de trabalhadores da função pública, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere um “exame nacional online” para que sejam estabelecidos critérios nas dispensas.

De acordo com o relatório divulgado, na quarta-feira, uma das sugestões do FMI para os cortes na Função Pública passa por uma migração em massa de trabalhadores do Estado para o sistema de mobilidade especial. O “sistema de exames nacional online” é forma de atravessar o sistema de avaliação tradicional que o FMI reconhece que têm algumas “dificuldades” e que com o “exame online” é capaz de “gerar critérios objectivos”. No relatório sugere que só os funcionários com um “desempenho abaixo da média” sejam considerados para a entrada no sistema de mobilidade especial.

O regime de mobilidade especial é temporário, com um limite de dois anos, e composto por trabalhadores da Função Pública que são considerados excedentários. Segundo as regras do regime, os trabalhadores que entrem para o sistema recebem o salário completo durante os dois primeiros meses, 66% nos dez meses seguintes e 50% da remuneração caso não consigam uma colocação depois deste período.

De acordo com o relatório, o Estado pode poupar 2700 milhões de euros com o corte de 20% dos funcionários do Estado. O documento sugere ainda um corte de até 7% nos salários da Função Pública, o que levaria a uma poupança de 760 milhões de euros.

No entanto, o governo ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre o corte de 4000 milhões de euros na despesa.

Sandra Maciel

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Morreu o director do "Le Monde"


Erik Izraelewicz, Director do "Le Monde"
Eric Izraelewicz, director do jornal francês "Le Monde" morreu dia 27 de Novembro em Paris aos 58 anos. O jornalista sofreu um enfarte enquanto trabalhava o que o fez perder os sentidos e ser levado para o hospital Salpétrière.

Além de director do diário francês era também vice-presidente do conselho de administração dos semanários "Telérama" e "Courrier Internacional". As suas funções no "Le Monde" era de editor de Economia, na qual era especializado, editorialista, correspondente em Nova Iorque e editor-chefe.

Sylvie Kauffman, redatora principal, afirmou que Izraelewicz "Trabalhava muito e sofria a tensão lógica de quem dirige um jornal em momentos tão conturbados para a imprensa".

Segundo o jornal "Expresso", o "Le Monde" ocultou a causa morte do seu director até à meia-noite e acredita-se que a tensão profissional terá sido a causa da morte do jornalista.

Naida Seixas

Crise econômica europeia afeta mercado jornalístico português


A crise econômica europeia já atinge o mercado jornalístico. Com as quedas dos anúncios publicitários alguns dos principais veículos em Portugal anunciam diariamente corte e demissões, colocando o futuro dos jornalistas e a qualidade da profissão em dúvida. A crise publicitária e no consumo alteram diretamente o crescimento da mídia jornalística e as expectativas que foram estabelecidas para seu desenvolvimento nos próximos anos.

Historiador José Pacheco Pereira
Segundo as pesquisas realizadas nas principais redações, o problema recai sobre a crise econômica, já que Portugal é obrigado a fazer diversos cortes de gastos para receber a ajuda da zona do euro. O historiador José Pacheco Pereira afirmou durante a terceira edição da conferência "Media do Futuro", que o fracasso da mídia não esta no futuro e sim nos dias de hoje. “Uma parte importante da crise da comunicação social tem a ver com a incapacidade de fazer um jornalismo para o presente. Afinal a realidade socioeconómica do país não corresponde ao mundo vivido pelos jornalistas e, por isso, não aparece nos jornais”, comentou o historiador.

Crise afeta mercado jornalístico
Com os cortes e demissões, muitos jornalistas temem a perda de cobertura de notícias em um momento em que vários protestos de massa contra a austeridade são realizados em Portugal e, principalmente, que o modelo político e econômico do país é questionado. Essa preocupação não é só dos profissionais da área, muitos compartilham da opinião que sem uma imprensa forte nenhuma democracia é capaz de sobreviver.


Em meio a incertezas, cortes e demissões, os profissionais tentam solucionar um problema que não coloca somente os postos de trabalho em risco e sim todo um propósito de uma profissão e o quanto esse processo pode afetar uma estrutura política.

Fontes:
http://expresso.sapo.pt/crise-traz-serios-riscos-a-pratica-do-jornalismo=f765293
http://www.dw.de/crise-europeia-atinge-mercado-jornal%C3%ADstico-portugu%C3%AAs/a-16352980

Flávia Pigozzi e Gabrieli Mello

Paulo Ferreira nomeado director de informação da RTP


Paulo Ferreira é o novo director de informação da RTP
Após aprovação da ERC o jornalista de economia Paulo Ferreira é o novo director de informação da RTP, em decisão anunciada pelo presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, à saída de uma reunião com Carlos Magno.
Paulo Ferreira foi subdirector do jornal Público e director adjunto do Jornal de Negócios e do Diário Económico.

Esta decisão vem na sequência dos acontecimentos que levaram à demissão de Nuno Santos pelo suposto fornecimento à PSP de imagens não editadas da manifestação no dia 14 de Novembro . Apesar da situação, Alberto da Ponte informou que "o conselho de administração da RTP entende que não há motivos para abertura de um processo disciplinar" a Nuno Santos.

Carlos Magno afirmou que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) vai agora "abrir um processo de averiguações, sendo que o inquérito da RTP será tido em conta, mas as nossas investigações vão começar do zero", e que desde quinta-feira está a recolher informação, mas só na próxima semana será oficialmente aberto o processo de averiguações.

Alberto da Ponte e Nuno Santos vão ser ouvidos no Parlamento terça e quarta-feira a pedido do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.

O presidente da RTP concluiu dizendo que "qualquer pessoa pode pedir ao arquivo o uso de imagens mas editadas".

Correio da Manhã
Público

Marcelo Miranda e Sérgio Moitas

Director de Infromação da RTP demite-se

foto: por outro olhar

Nuno Santos apresentou nesta quarta-feira a demissão de director de informação da RTP. A saída do cargo surge na sequência de alegados pedidos feitos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) ao canal estatal de imagens dos incidentes resultantes da carga policial ocorrida em frente à Assembleia da República, em Lisboa, na noite da greve geral no passado dia 14 de Novembro.

Numa nota enviada à redacção da RTP, Nuno Santos disse que "aos dois órgãos, Conselho de redacção e Comissão de trabalhadores,  e no plano da competência de cada um deles, prestei todos os esclarecimentos que me foram pedidos sobre uma hipotética entrega a entidades externas à RTP de imagens não exibidas (vulgarmente denominadas como 'brutos') dos incidentes do passado dia 14 de Novembro em frente ao Parlamento.” Nuno Santos defendeu ainda que que não teve “qualquer intervenção directa” nem autorizou “de forma expressa ou velada a cópia de quaisquer imagens”.

No entanto, o Conselho de Administração da RTP contraria as declarações do ex-director do canal público, afirmando que  “responsáveis da Direcção de Informação facultaram a elementos estranhos à empresa, nas instalações da RTP, a visualização de imagens dos incidentes verificados após a manifestação em frente à Assembleia da República, no dia da greve geral" e que o Conselho de Administração não foi consultado ou sequer informado, nem sobre qualquer pedido, nem sobre a presença de elementos estranhos à empresa, dentro das suas instalações, o que considera ser uma violação dos direitos, liberdades e garantias, com consequências nefastas para a credibilidade e idoneidade na produção informativa da RTP.

Mauro Carvalho e Tiago Amado

Nuno Santos demite-se da RTP


Nuno Santos demitiu-se do cargo de director de informação da RTP após ter disponibilizado à PSP imagens não editadas, captadas pela estação de televisão durante a manifestação do dia 14, em frente à Assembleia da República.

Nuno Santos estava no cargo desde Março de 2011
De acordo com a carta da administração a que o semanário Expresso teve acesso, o caso prende-se com o facto dos "responsáveis da direcção de Informação" terem permitido "a elementos estranhos à empresa, nas instalações da RTP, a visualização de imagens dos incidentes verificados na manifestação”.

O Conselho de Administração explica que "não foi consultado ou sequer informado, sobre qualquer pedido ou presença de elementos estranhos à empresa, dentro das suas instalações".

Os responsáveis asseguram que se trata de uma “acção abusiva” e de uma "quebra grave das responsabilidades inerentes à cadeia hierárquica interna da empresa", salientando que vão instaurar um inquérito ao ocorrido.

Contudo, Nuno Santos esclarece que se reuniu com o Conselho de Redacção e com a Comissão de Trabalhadores, tendo prestado todos os esclarecimentos que lhe foram pedidos sobre “uma hipotética entrega a entidades externas à RTP de imagens não exibidas dos acontecimentos do passado dia 14”. O jornalista indica que não teve qualquer intervenção directa e que não autorizou de forma expressa ou velada a cópia de quaisquer imagens, revela o Meios & Publicidade.

O director de informação demissionário revela que não existe confiança na direcção e que assume as suas responsabilidades, porém afirma estar de “consciência tranquila” e que a decisão de se demitir do cargo da RTP é “irreversível”.

Sara Cunha e Sandra Maciel

Nuno Santos demite-se da Direcção de Informação da RTP


Nuno Santos demitiu-se ontem do cargo de Director de Informação da RTP. Na origem está o mau ambiente gerado pela suposta entrega de imagens da manifestação de 14 de Novembro à polícia.

Nuno Santos foi responsável pela informação da RTP durante, quase, dois anos.
Fonte: Olhar A Televisão

"A meu pedido, renunciei hoje ao cargo de Director de Informação da RTP tendo apresentado a minha demissão ao Conselho de Administração. Esta decisão é irreversível." Foram estas as primeiras palavras de Nuno Santos, na nota entregue à redacção do canal público.

O ex-director da Estação defende que "nenhuma imagem" da manifestação de 14 de Novembro em frente à Assembleia da República "saiu das instalações da RTP" para as mãos de pessoas estranhas ao canal.


Contudo, segundo o Público, o Conselho de Administração contradiz Nuno Santos, acusando que "responsáveis da Direcção de Informação facultaram a elementos estranhos à empresa, nas instalações da RTP, a visualização de imagens dos incidentes verificados após a manifestação em frente à Assembleia da República". Sublinha, ainda, que as imagens "servem apenas para uso profissional".

O Conselho de Redacção mostrou-se "surpreendido" com a demissão e encontra-se a "aguardar" as conclusões da investigação que vai ser realizada pela Administração do primeiro canal.

Tiago Rodrigues e Ruben Gomes

Gavin Rees veio a Lisboa falar sobre trauma


Trauma foi o tema mais falado pelo director do Dart Centre Europe, Gavin Rees, que esteve em Lisboa a convite do Centro de Trauma da Universidade de Coimbra.

Gavin Rees, o director da Dart Centre Europe
Gavin Rees, jornalista, cineasta e  director do Dart Centre Europe, tem feito vários trabalhos ao longo de 13 anos para o Financial Times e a CNBC. O jornalista, que trabalha na Universidade de Columbia, interessa-se pelo tema do trauma e veio a Lisboa explicar como é que os jornalistas devem abordar questões traumáticas no seu trabalho. Este interesse sobre o trauma culminou num documentário para a BBC sobre os sobreviventes da bomba nuclear de Hiroshima, em 1945.

Numa entrevista ao Jornal i o jornalista explica que ainda no início da carreira do jornalismo, se apercebeu de que o trauma – as histórias violentas que ocorrem muitas vezes perto de nós- estão por todo o lado. ”É necessário inovar o jornalismo”, diz Gavin Rees, “mas é cada vez mais difícil porque a maioria dos jornalistas não sai da redacção e não recebe apoio de profissionais mais experientes”.  A falta de relacionamento dos jovens jornalistas com jornalistas mais experientes e a falta de partilha de experiências traumáticas provoca um vácuo e um vazio na informação, afirma.

Para Gavin Rees é importante perceber como é que um jornalista lida com as suas emoções. Para além de profissional, o jornalista tem reacções humanas, explica, dando o exemplo de Bem Nrown, um jornalista da BBC, que estava a cobrir um tsunami e que, enquanto entrevistava uma senhora idosa, ela começou a chorar e abraçou-o.

“A reacção dele – humana – foi ficar abraçado a ela e a BBC decidiu mostrar a imagem porque achou que retratava bem o que a comunidade estava a experienciar.” Este tipo de expressão emotiva pode ser mal interpretada pelas pessoas, que “não tendem a entender o trabalho dos jornalistas tão bem como poderiam entender”.

“A verdade é que, do meu ponto de vista e da experiência que tenho tido a lidar com outros jornalistas, a maioria deles está apenas a tentar fazer o melhor trabalho que consegue. E não tenho tanta certeza sobre se o público entende isso” explica , Gavin Rees.

Soraia Ribeiro

Bloco de Esquerda exige ouvir Miguel Relvas e administração da RTP sobre caso das imagens da Greve Geral


O Bloco de Esquerda (BE) requereu a audição de do diretor de informação da RTP demissionário Nuno Santos, do Conselho de Redação da RTP, da Comissão de Trabalhadores da RTP, do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas, do presidente do Conselho de Administração (CA) da RTP Alberto da Ponte, e do Sindicato dos Jornalistas, no âmbito da divulgação de imagens das manifestações do passado dia 14 de Novembro a pessoas estranhas à RTP.

A deputada bloquista Cecília Honório defendeu, em nota enviada ao Ministério da Administração Interna, que o Estatuto dos Jornalistas estipula que "as imagens e sons não editados nem transmitidos têm a mesma protecção legas das notas dos jornalistas", não sendo por isso "possível ter acesso a este material sem autorização de magistrado". O Bloco sublinha que é necessário saber ao certo quem téra feito a solicitação das imagens e quem as terá visionado.

Foto: Flickr rtppt.

O CA da RTP afirmou em comunicado que "responsáveis da Direção de Informação facultaram a elementos estranhos à empresa imagens dos incidentes" em frente ao Parlamento durante a passada Greve Geral. Na sequência desta polémica, o director de Informação da estação estatal Nuno Santos pediu a demissão no passado dia 21, negando ter facultado imagens brutas dos acontecimentos. Ainda assim, o CA da RTP confirma que "não foi consultado ou sequer informado, nem sobre qualquer pedido, nem sobre a presença de elementos estranhos à empresa, dentro das suas instalações".

Texto e Imagem por Hugo Dinis e João Paulo Teixeira.

SIC e TVI recusam imagens à PSP


Manifestante à porta do parlamento

A PSP pediu à SIC e à TVI imagens dos confrontos de dia 14 durante as manifestações junto ao Parlamento, mas ambas as estações recusaram.

Segundo o Publico, o pedido à SIC foi feito na passada sexta-feira onde era solicitado o acesso às imagens dos confrontos. A estação de Carnaxide recusou o pedido argumentando que as imagens de que dispunha eram as que foram editadas e emitidas.

Hoje foi a vez de a TVI receber igual pedido por parte da PSP. No email enviado foram pedidas imagens “de preferência não editadas” para “usar como meio de prova dos actos classificados como crime”.

A direcção da TVI afirmou que só cede imagens do domínio público, ou seja, que tenham sido emitidas pelas suas estações. “Qualquer outra imagem não editada é considerada material de trabalho dos jornalistas, está abrangida por sigilo profissional e a TVI não as divulga”, acrescentando que “as imagens são captadas em contexto jornalístico e só devem ser utilizadas para trabalho jornalístico”.

Foto: Publico.pt

Eduardo Sousa, João Carreira e José Carpinteiro

SIC e TVI dizem não à PSP


As televisões privadas recusaram-se a ceder à PSP imagens não editadas dos confrontos ocorridos na manifestação do dia 14, às portas de São Bento. Já sobre RTP, a porta-voz da polícia não se pronunciou, argumentando que existe um processo de averiguações a decorrer. 

Televisões portuguesas não cedem imagens da manifestação
O director da SIC Notícias, António José Teixeira, confirmou ao PÚBLICO que o pedido da PSP foi recebido na passada sexta-feira, mas o grupo Imprensa recusou ceder as imagens afirmando que estas foram todas emitidas. 

Num comunicado lido ontem, no Jornal das 8, José Alberto Carvalho afirmou que a TVI só cede imagens do domínio público. "Qualquer outra imagem, não editada, é considerada material de trabalho dos jornalistas, está abrangida por sigilo profissional e a TVI não as divulga", leu o director de informação. Depois de recebido o e-mail da PSP a pedir imagens de "preferencia não editadas", a televisão privada justificou que as imagens recolhidas para as peças jornalísticas apenas servem como informação, e quando este "não serve esse propósito jornalístico, então não interessa para qualquer outro fim." 

O e-mail recebido pela TVI acrescenta ainda que as imagens serão usadas “como meio de prova dos actos classificados como crime”. Apesar de tudo, a sub-comissária Carla Duarte afirmou à TSF não ter recebido qualquer resposta por parte das televisões privadas.
O director da SIC Notícias confessa que não é o primeiro pedido de cedência de imagens feito pela PSP.

Fábio Fernandes e João Pimenta

Estivadores europeus protestam em Lisboa


Trabalhadores dos portos europeus concentram-se hoje às 13h na Praça do Município, em Lisboa, para mais um episódio de um protesto que dura há três meses. Estivadores de oito países europeus, Chipre, Malta, Suécia, Dinamarca, França, Espanha, Alemanha e Bélgica, acompanham os sindicatos da Frente Comum no protesto diante da Assembleia da República contra a aprovação da nova lei do trabalho portuário. Esta confirmada formalmente a presença de 50 estivadores, mas prevê-se que o número seja superior, avançou o Público.


Manifestação dos Estivadores 
 Fotografia © Nuno Pinto Fernandes - Global Imagens
A acção de protesto de hoje coincide com a sessão parlamentar que dará luz verde à proposta do Governo para a alteração ao regime do trabalho dos portos, e representa o culminar de mais de três meses em protesto contra a entrada da nova lei.
A importância deste protesto está patente na "manchete" do site do Conselho Mundial dos Trabalhadores Portuários (IDC - International Dockworkers Council), onde é destacado o anúncio da manifestação dos estivadores portugueses. A frase "we'll never walk alone. Proud to be a docker" (Nunca mais vais caminhar sozinho. Orgulho em ser estivador) é uma referência ao lema da greve dos estivadores do porto de Liverpool, ocorrida nos anos 90, noticiou o Diário de Notícias.

A greve dos estivadores não ameaça o Natal este ano mas as empresas tiveram de encontrar soluções de transporte e suportar mais custos para garantir a entrega dos produtos. As exportadoras viram afectadas as suas vendas para o exterior, acrescidos os custos de transporte e receiam que a credibilidade do país enquanto fornecedor seja afectada.  As greves têm um impacto "imediato no custo dos transportes", afirmou Pedro Cruz, Presidente da Gallo, ao Diário Económico.


Mariana Pinheiro e Sara Cunha